Os negacionistas estão me atacando por causa do meu projeto
de lei que determina a exigência da carteira de vacinação para os servidores
públicos estaduais no ambiente de trabalho. Já me chamaram de nazista,
fascista, autoritário e tudo o mais. Não me incomodo com as críticas que vêm de
pessoas que se colocam contra a ciência e não seguem as recomendações dos infectologistas
e de outros especialistas em saúde pública. Eles alegam que a medida é
autoritária e fere o direito a liberdade individual das pessoas.
Antes de mais nada, sugiro que estas pessoas visitem os
textos da filosofia que tratam do conceito de liberdade, para que aprendam de
uma vez por todas que a liberdade individual tem seus limites, como por exemplo,
o de não atentar contra a vida e a liberdade de outras pessoas. No sentido
político, a liberdade civil ou individual é o exercício de sua cidadania dentro
dos limites da lei e respeitando os direitos dos outros. Ninguém é livre para contaminar seus semelhantes com um vírus que pode
levar as pessoas a formas graves de uma doença, e que, em alguns casos, pode
matar. Quem quer livremente colocar em risco sua própria saúde, que não atentem
contra a saúde dos seus semelhantes. Isso não é eticamente aceitável. Ah, e não
me venham falar que a vacina está matando as pessoas e que já existem mais de
20 mil mortos por causa dela. Por favor, não espalhem fake News! Já está
mais do que comprovado que, à medida em que avança a vacinação no país, diminui
consideravelmente os casos de contaminações e de mortes. Hoje, os casos graves
de pacientes internados em Mato Grosso do Sul são de não vacinados.
A Fiocruz recentemente recomendou o passaporte vacinal como
exigência nos diversos ambientes de trabalho, destacando que os benefícios da
proteção coletiva não são só para os trabalhadores, mas para suas famílias,
crianças, colegas de trabalho e para a comunidade.
Em um momento em que muitos defendem o direito de não se
vacinar, inclusive do “digníssimo” presidente da República e do seu ministro da
Saúde (o que é um verdadeiro absurdo!), somos defensores do direito da maioria
da população que deseja retomar suas atividades em escolas, universidades,
espaços de lazer, academias, restaurantes, igrejas e, principalmente, suas rotinas
nos ambientes de trabalho, da forma mais segura possível, incorporando os
cuidados recomendados pela ciência e pelos especialistas no assunto.
Servidores públicos prestam serviços à população, sendo que muitos destes são considerados essenciais, como os serviços em unidades de saúde, escolas, unidades de segurança, entre outros, e, portanto, têm o dever de se imunizar para não colocar em risco a saúde de seus colegas de trabalho, bem como dos cidadãos que buscam por atendimento nas repartições públicas.
Nosso dever, enquanto agentes públicos, é o de zelar pelo direito à saúde de todos os cidadãos, seguindo o que preconiza a ciência. Num período de pandemia, quando ainda não existem formas de tratamento da doença, vacinar-se é um ato de proteção da própria saúde e uma atitude ética de respeito para com a saúde da coletividade.
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