As forças políticas
conservadoras e defensoras do capital estão radiantes. Voltaram ao poder no
Brasil, depois de articular, com o apoio da mídia e de setores do judiciário,
um golpe institucional com o discurso de que é amparado na Constituição e
chancelado pelo Supremo Tribunal Federal.
Uma contradição salta aos
olhos: as primeiras imagens e notícias
publicadas pelos jornais não condizem com o discurso supostamente
modernizante do governo interino de Michel Temer. O novo ministério não conta
com um negro ou uma mulher sequer, algo que não se via desde o primeiro
presidente da ditadura militar, há 52 anos. Em seus lugares, agora, sobram
representantes do pensamento mais atrasado que o Brasil é capaz de gerar.
O passado está de volta até
mesmo no slogan que Michel Temer quer imprimir em seu governo. “Ordem e
progresso”, copiado do pensamento positivista do final do século 19, não é
apenas o dístico da bandeira nacional. A ele, o presidente ilegítimo somou
“governo de salvação nacional” e urgência de “unificar” e “pacificar” o Brasil,
em seu primeiro discurso. O que se esconde é a repressão que será desatada contra
os movimentos sociais – uma constante na história brasileira.
Se perdurar, o governo
instalado também irá procurar demolir várias das mudanças estruturais que o PT
implantou em 14 anos de governo, entre elas a das relações exteriores.
Entidades patrocinadoras do
golpe começam a dar a cara com "cartas abertas", pregando as "reformas
necessárias" que, também como se repete na história do país, serão pagas pelos
mais pobres.
A direita está de volta com seu cinismo, suas velhas fórmulas e discursos. Resta-nos saber até quando vai conseguir disfarçar seus reais objetivos à frente do governo, e quando a população vai perceber que foi vítima de uma trapaça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário