sábado, 14 de maio de 2016

DIREITA, VOLVER


As forças políticas conservadoras e defensoras do capital estão radiantes. Voltaram ao poder no Brasil, depois de articular, com o apoio da mídia e de setores do judiciário, um golpe institucional com o discurso de que é amparado na Constituição e chancelado pelo Supremo Tribunal Federal.

Uma contradição salta aos olhos: as primeiras imagens e notícias  publicadas pelos jornais não condizem com o discurso supostamente modernizante do governo interino de Michel Temer. O novo ministério não conta com um negro ou uma mulher sequer, algo que não se via desde o primeiro presidente da ditadura militar, há 52 anos. Em seus lugares, agora, sobram representantes do pensamento mais atrasado que o Brasil é capaz de gerar.

O passado está de volta até mesmo no slogan que Michel Temer quer imprimir em seu governo. “Ordem e progresso”, copiado do pensamento positivista do final do século 19, não é apenas o dístico da bandeira nacional. A ele, o presidente ilegítimo somou “governo de salvação nacional” e urgência de “unificar” e “pacificar” o Brasil, em seu primeiro discurso. O que se esconde é a repressão que será desatada contra os movimentos sociais – uma constante na história brasileira.

Se perdurar, o governo instalado também irá procurar demolir várias das mudanças estruturais que o PT implantou em 14 anos de governo, entre elas a das relações exteriores.

Entidades patrocinadoras do golpe começam a dar a cara com "cartas abertas", pregando as "reformas necessárias" que, também como se repete na história do país, serão pagas pelos mais pobres.
A direita está de volta com seu cinismo, suas velhas fórmulas e discursos. Resta-nos saber até quando vai conseguir disfarçar seus reais objetivos à frente do governo, e quando a população vai perceber que foi vítima de uma trapaça.          
                       

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